Saturday, July 02, 2016

DIÁRIO DE VIAGEM - 36o dia

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Corri na areia a contragosto, buscando energia onde só morava angústia. Me deitei na praia em frente de casa e deixei a chuva se misturar às lágrimas. O céu preto como o buraco em meu peito, dando nó apertado que vira tornado desgovernado, fiquei ali buscando caminho para me dissipar. Deitei na areia e chorei essa ânsia de mundo que mora em meu peito, chorei meus sonhos mais íntimos, meu desejo de vida e de histórias. Fiquei ali comigo tentando medir o tamanho do meu desejo. Quero mudar. 

E em cada encontro me encontro mais, descubro essa pergunta insistente que ecoa em cada troca, não paro de me perguntar o que eu quero de mim. Não tenho resposta exata, mas quebro a cabeça tentando encontrar maneira de encaixar todos os mundos que moram em mim, meu amor, meu trabalho, meu lazer e meu voo, unir todas as peças em perfeita sintonia, descobrir um caminho em que a minha frequência encontra paz, espaço criativo, e silencia a angústia infinita que me assola quando penso em me aquietar.

Tenho tido dificuldade com contratos, sinto as amarras das minhas escolhas, olho para tudo que criei e me pergunto para onde eu quero ir. Para onde eu quero ir?

Eu quero mais mundo. Eu quero acreditar que posso encontrar um caminho em que vivo em um sistema que me oprime menos e me inspira mais. Que há outras maneiras de se viver e de trabalhar e de ter lazer e de amar.

E se liberdade para mim é viver do que amo sem me tornar um instrumento de objetivos, sem precisar vender tanto meu mais precioso bem que é o pouco tempo que temos. Dias que correm e não voltam mais, tempo que fica para trás em pequenas férias e longos períodos de estiagem, deserto cálido em terra batida. Eu quero mais.

Como chegar lá?