Thursday, February 13, 2014

Surpresa


Dos pés à cabeça, veio surpresa. Diz ele que já sabia, já me via, andando pela areia, por aí, de passagem na paisagem, amiga de não sem quem, acompanhada ou sem ninguém... vi nada disso não, vi foi num fim de tarde para lá de amarelado, muito do nada, um homi todo todo, cheio de si, que numa audácia sem noção do olho do furacão, meteu o bedelho meu olhar à dentro, atravessando íris, retina e o escambal, e invadiu espaço privado sem ser chamado. Deixou foi pulga atrás da orelha, Deu nem três horas e já tinha devassado minha rede, adentrou fotos, presente, passado, até mensagem ousou com intimidade de conhecido antigo - a pulga só cresceu. Semana mais tarde apareceu puro sorriso em beira de praia, se abriu num fôlego desatado seus todos e cada porém, discorreu teses cientificas, questões filosóficas e urológicas, sorriu, suou, até de cromossomo falou, eu ali tonta com tanto. Se jogou no mar quando o sol já se ia e voltou num abraço tão apertado que toda minha defesa quebrou em cacos no encontro com seus braços, eu, ainda zonza, entreguei as pontas, e dali perdi a conta de onde isso vai dar. Deixa estar.