Friday, August 27, 2010

Lobo

Te penso muito, puro brilho. Te vejo sorriso aberto, gargalhada rasgada ecoando nas esquinas escuras dos meus cantos.

Menino, eu sei que o fundo do teu rio é inocência, carinho sem limite, pureza. Corre suas águas, se dá de beber, dá curso a sua correnteza. Quero nadar. Quero mergulhar em sua essência homem, cerne masculino. Quero me entornar no espelho do teu olho negro que me encara lá dentro, me pega, me come, me rompi e eu abro. Abro tudo. Me jogo de peito aberto e deixo que teu gosto me leve na sua torrente cachoeira a baixo. Nadamos juntos; nossa força muda maré. E aí vem doçura pura, afeto, ternura, abraço. Teus braços são o meu lugar preferido.

Homem Hércules, carne, corpo, pernas, mãos, torso. Atleta em cada célula, cada contorno, núcleo e avesso. Corpo fortaleza vigilante da teu vulnerável. Mas nem vem tentando te sonegar de mim, eu vejo por trás das tuas fronteiras. Vejo menino passarinho que brinca pelas minhas avenidas ainda meio despreparado e corre minhas montanhas receoso de desfiladeiro. Vejo menino calado cheio de sonho, que olha estrela cadente e re-desperta meta a conquistar.

Homem, eu sei do que é feito teu peito. Vai, anda, bola para frente, deixa o que não é para traz. Lembra daquele você que só você sabe ser. Olha lá dentro, olha que lindo o que você esconde aí. Abre teu peito. Não te imagino de outro jeito, deprimido, aborrido, esquisito. Não te imagino nada menos do que sol, pulsando, transbordando beleza para dar.

Menino lobo, uiva. Me faz tremer só com iminência da tua pele, com prenúncio do teu cheiro roçando em meus sentidos. Me toca magnético, me absorve, contagia, arrepia todas minhas curvas e faz em meu deserto, de miragem realidade. Vamos para um lugar deserto? Vamos que eu quero deixar meu sangue correr mais forte em minhas veias, quero que suor transpire em gotas salgadas e derrame volúpia entre minhas coxas. Vamos que eu quero encontrar teu corpo no nosso escuro e brincar com teus segredos. Quero esquecer as horas, me perder em você sem soluços nem tropeços. Quero nos beber em taça gelada que por dentro derrete quente e vira implosão que acaba por exploder teu desejo pelas minhas tetas, cara, buceta. E me jogo, me largo, me rasgo ao meio e te compartilho meu mistério, te dou um pedaço.

E aqui sentada com a minha abstinência, em frente a tua ausência, me deparo com a urgência do nosso pouco tempo e te digo, que lindo, que bom te encontrar.

Wednesday, August 25, 2010

EX

P.S.: Remind myself that jealousy after the relationship is done is just the ego shouting and to be (dis)regarded as a spoiled over-crying child.

Monday, August 09, 2010

Light

But every fear
All the darkness
Any shadow is also light

Morning of Forgiveness

Eyes still close, dawn of the mind

I went to sleep thorns and sparrows
Howling current of dirt
Yellowed village of dusty dreams

I dreamed vast land of volcanic islands
Hidden paths to early civilizations
Dark jungles and prehistoric mountains
Hungry birds of the heart

And there were gods and titans
Fauns and nymphs
Ancient gathering of mythological ghosts
Million thoughts in thousand whispers

I flew through the surface of the earth
Full of mud and dirt
I smelled its roots from above
I listened to the sound of nothing
And soared through intricate threads of sky

I saw infinite dunes of eternally shifting sand
Cosmic dance of complex galaxies
Boundless universe of untamable stars
roaring ecstasy of the mind

I went far into nowhere
Deep into the deepest depth
I dove head first into the whole
Baring all secrets
Undressing to the weight of light
Pure and bright

I slithered old layer of skin
And ate its protein as nutrient for my new
I re-puzzled the broken
And reset what was filled

I just opened my eyes for the day
Everything else stayed behind

Friday, August 06, 2010

The Chaser

How much one needs not to be wanted to want?