Wednesday, November 25, 2009

TPM

E se tudo estiver perdido, e se não houver amor que resolva diferença? E se simplicidade for só uma artimanha da monotonia, e conflito seja fundamental para desenvolvimento?

Será que não posso estar feliz demais para estar bem, e felicidade só vale a pena em doses homeopáticas, doses as quais a gente chora e sente saudade e luta a vida inteira para sentir de novo, mas quando sente não sabe direito o que fazer com ela?

E se esse amor for amor passageiro com gosto de eterno, mais um no caminho, mas uma história, mais uma preparação? Nããããão, eu não aguento mais!

Só de pensar em andar por aí atrás de amor-para-sempre, date after date, sexo sem intimidade, solteirice divertidíssima-uhuuuu... nossa, ninguém merece. Aí, olho esse mundão vasto cheio de desesperados por amor e me deparo com meu amor lindo bem aqui do meu lado, olhando no meu olho, transbordando paciência, assistindo meu pequeno ataque de precariedade enquanto me faz carinho em silêncio.

Quinze minutos atrás, lá estava eu, deitada toda tranqüila nos braços desse homem que tanto amo e num ataque repentino de paranóia, comecei a questionar a profundidade da reciprocidade, me revirando de um lado para o outro, cabeça correndo a mil kilômetros por hora nessa estrada esburacada por insegurança, borbulhando lágrimas desnecessárias, cheia de duvidas, jogando pela janela tudo o que vínhamos alimentando à primeira sombra de incerteza.

E se eu for mais uma mulherzinha idiota que uma vez por mês entra em crise hormonal e numa cajadada só mata o único coelho que eu quero e sempre quis? E se eu calar minha boca, minha cabeça animal, minhas sinapses direitistas ignorantes cheias de formatos e convenções, e aceitar esse mistério do que é simples, insegurança desse mundo novo dos namoros fáceis de amar, Terra dos Seres Felizes, e parar de neurotizar cada pensamentozinho possível?

Sossega, leoa. Sossega e vai para cama amar o homem que você tanto ama!

PS: E reza para essa TPM maldita passar logo.