Wednesday, March 29, 2006

Caminhantes

(Escrito em maio de 2005)


Sigo meu caminho, cheia de terceiras intencoes, mais desejos do que necessidades e sem aviso esbarro em outro caminhante, outros.
Quanto mais vivo mais entendo que somos sozinhos, que encontrarei tantos pelo caminho, que me apaixonarei, que me vincularei, que vou amar amando e tambem sem ser amada, que certos amigos irao e virao em relampago, outros ficaram de vez, mas sempre mantendo seus proprios desvios. Vidas sao paralelas!
Nao existe juncao, existe uniao. Me uno aos que me identifico, mas de tempo em tempo o circulo se recicla, e mesmo os que ficam mudam de proximidade.
A vida desmembra a ilusao da certeza. Planos existem para serem mudados e por mais que eu tente andar na linha do conhecido, acabo em tropecos, me deparando com a flexibilidade do futuro.
Nao ha posse, nao ha dependencia, nao existem nos atados entre caminhantes, todo encontro inclui em algum ambito, desencontros, eh de solidao que somos formados.
Posse eh uma palavra burra.
Saber nao torna mais facil, e sim mais adaptavel as mudancas no caminho.
Continuo aprendendo a deixar o outro ir, talvez ateh para nao mais voltar, sem duvida bem mais dificl para mim do que deixar vir, deixar entrar.
Ninguem percorre o mesmo caminho, e por mais que promessas sinceras sejam feitas...acima de tudo, promessas de futuro nao deviam ser feitas.
Promessa inclui supostamente cumprimento da mesma, e a realidade eh que nao ha certeza que a sustente.
Promessa eh uma palavra raza.
Deixa estar, deixa ser, deixa ir e segue, segue sozinho com outros caminhantes no peito, mas com o entendimento da solidao maior que eh nascer no mundo. Ateh gemeos nascem separados. Amor existe para ser vivido voluntariamente e nao para ser cobrado.