Friday, June 28, 2013

Retorno


Te senti tão distante que voei para longe, apertei o botão vermelho e me ejetei. Tão longe que quis que voltasse sem que te buscasse, que viesse vindo por saudades mesmo, sem alarde de covarde. Te senti tão por onde lugares que nem sei e nem importa saber, só sabia que nao era por aqui, nem sinal de vir. Nao te vi nem ouvi por mil léguas submarinas, me afoguei em espera que nao alcança nem descansa, e perdida à deriva me entreguei à canto das sereias do desencanto, resolvi nao querer mais te querer. Agarrada à ponta de rocha submersa descansei, ressequei em mar salgado sem terra à vista, abracei pedra vulcânica e corri de baixo d'água, mergulho livre, desbravando corais, correntezas colossais, atravessei caverna de tubarões martelo e confabulei, me avisaram que mar é vasto e haja pedras no caminho, mas estrelas do mar tão para extinguir, não esquece da que mora em teu peito. Subi em cavalo marinho e galopamos oceanos, me deixou à margem de estrela cadente e num trote eu escalei. Atravessamos céu aberto, galáxias e universos que tinha esquecido de ver, dei salto pra meteoro vasto, só nós dois naquele abraço, desvendando anéis de saturno e côncavos lunares, me deparei com o mais claro do meu escuro e respirei. Não precisava mais esperar, tinha me achado. De peito limpo ao meu leito retornei.