Saturday, May 04, 2013

Rédea


É que de repente bateu ligeireza, receio de cair do pé ainda verde, diluído de sumo, refresco com água, primeiro gole do suco e a jarra virada. Tá na mesa, tudo ali, provado às beiras sem eira, intocado, mosca de fruta madura sem mordida roubada. Foi é que deu saudades mesmo, mesmo do que ainda não foi, do que pode vir a ser, do que será, será? Mas é que deu uma vontade danada de te dar um abraço calado, só o zumbido do pelo no pelo, pele na pele, ar compartilhado. Vontade de um beijo. Um beijo, sem pressa nenhuma, cada curva do lábio, molhado da língua, boca que se apruma. E de esquecer a noção de segundo nem que por um segundo, dez minutos, tantas horas. Foi é que bateu foi uma vontade de rir com teu riso, atravessar olhar e ver por dentro, tocar no teu braço, pescoço, rosto todo, com cuidado para não mergulhar sem bóia em mar aberto. O céu tá azul, o meio do dia amarelo pela janela do quarto, vou pro mundo, bem que podia ser contigo do lado.