Sunday, June 24, 2018

Estranhos

O sol saiu, bateu em nas folhas secas de árvores antigas e eu continuo vazia. O sol amarelou a manhã inteira mas meu peito é cinza. E não tem mar, areia, barco ou céu azul que aliviem esse aperto. Estamos separados desde que nos unimos, nos encontramos na beira e não houve mergulho, a cabeça nem molhou em poça rasa. E eu to aqui, na sua cama farta e lençóis brancos, eu me banho no seu mundo e vou perdendo o meu, vou perdendo o eu que você não vê. Não tem banho de sol que limite o amargo que sobra na boca depois de tanto beijo frio, interrompido antes do começo. Não estamos bem. Nunca estivemos de verdade na verdade. E não tem amor que seja o bastante quando o peito não enche.