Wednesday, April 04, 2018

Amores

Amei doze homens na minha vida, com cinco deles morei junto. Escolhi todos meus caminhos inspirada por amor e fui fundo. Mudei de países, viajei continentes, cruzei oceanos mergulhando de cabeça nos tantos portais de cada um deles. Teve um artista carioca hiper poético que me apresentou o primeiro grande amor, um gerente do tráfico ético no trato que me fez compreender que o mundo ia muito além da minha bolha burguesa; um chef venezuelano que me enlouquecia de intensidade e que acabou por sem com quem casei no papel; um astronauta zen americano que me ensinou a sonhar alto, correr atrás e por fim realizar minha aparentemente impossível carreira em Hollywood; um modelo internacional espanhol lindo de doer os olhos, além de profissional no violino clássico, com quem foi inevitável ter uma relação tórrida e apaixonada mesmo com um oceano entre nós; três diretores: um francês, um londrino e um suíço - três grandes amores criativos que me viraram do avesso, e ainda assim opostos extremos dentre si; teve um dos mais impactantes, sem profissão exata, mas com o afeto mais puro e lindo que eu já senti. Em comum eles tinham a potencia, a força nobre de homens íntegros. Cada um desses encontros foi um marco na minha história e formação, por eles fui comovida e inspirada, transformei e fui transformada, aprendi a trocar, a entregar tudo, a me jogar de peito aberto e com toda coragem nesses grandes presentes que o caminho me trouxe. Com eles aprendi a amar. Amei e fui amada cada uma dessas vezes de maneira profunda e distinta uma da outra. Transbordei os sentimentos e emoções mais lindas que jamais imaginei poder sentir tanto. Olho para cada um deles com tanto orgulho e admiração pelo impacto que tiveram em minha vida e sentindo que a reciproca foi verdadeira. E nada tem tanto impulso transformador em uma vida como um grande encontro. No fim, é isso que importa.