Monday, February 06, 2006

"To gravida e VOU TER..."

Caraca, então, tô aqui chocada que minha grande amiga, daquelas que crescem junto e que servem de parâmetro para idade certa de ter filhos, de "casar", de comprar casa e todas aquelas coisas de adulto as quais não existe fórmula nem idade exata para acontecer, enfim, que a minha mais que parceira tá grávida... e o mais importante, ela vai ter, aaaaaaaaaaaaaaaaah!!!

Dentre tantos pensamentos que se esbarram numa mente engarrafada como a minha, fico aqui de queixo caído com todas as questões que a novidade me faz pensar sobre: Primeiro vem aquela idéia ingrata de afastamento: "essa daí foi pra escanteio, pode apagar da lista das baladas e cocotagem", mas imediatamente eu me toco que eu mesma nem sou mais de balada e cocotagem há um bom tempo; depois chega um senso crítico maquiavélico sobre a insensatez alheia: "ih, ela despirocou geral, ter filhote a essa altura do campeonato? aos 20 e poucos anos, no auge da carreira e com namorado semi-novo??????" e quanto mais penso no pacote inteiro da vida dela, e tudo mais que faz parte do cenário, mais minha indignação vai se substituindo por satisfação e reflexão; depois vem o choque e só o choque, a ficha cai e bate o fato, sem discriminação nem preconceito, de que a fila começou, que ela é só a primeira e, mais do que tudo, o choque maior é que eu, apesar de sempre ter tido filhos como objetivo principal, ainda me sinto muito longe dessa fila; vem uma reflexão sobre os meus próprios prazos de validade, e vontades, e planos, e estrutura; vem então uma certa invejinha do momento, da barriga à crescer, das mudanças, do bebê lindo por vir, das preparações e a antecipação com o pacote inteiro, da aliança com o futuro pai, e com isso vem a dor de não estar por perto, de ser injusto querer ser madrinha uma vez que eu resolvi morar em outro continente, a dor de não aproveitar Dianinha Caçadora virando mãe, nem estar lá quando ela ficar ansiosa, inchada, emotiva... Não estar lá para sentir o bebê chutando, nem para ver o primeiro ultra-som, não estar lá para ser abraço, palavra certa ou silêncio assistido que toda gravidez demanda, e não vamos nem entrar no fato de eu não estar lá para acompanhar o parto.

O fato é que cada um tem a sua "hora certa", cada um tem um momento na vida que tudo está no lugar, ou mesmo as vezes nem tudo estando, só quem vive a estória pode sentir, e instintivamente saber, que agora é a hora. O fato é que Dianinha, assim como todas as minhas grandes amigas, é mulher pra caralho e sempre soube muito bem tomar as melhores decisões, e mesmo eu que adoro questionar tudo e todos, entendo e dou a maior força do mundo para essa nova produção. Porém mais que tudo, o fato é que as vezes esqueço que o tempo não passou só para mim, uma vez que estando longe tudo parece estar parado no mesmo lugar desde que parti, mas que as amigas de infância viraram mulheres, que as pessoas casam, têm filhos, se mudam, mudam e eu tenho que parar de me assustar quando recebo notícias do planalto.

A verdade é que é difícil estar longe quando algo tão importante acontece, e é nessas horas que eu tenho mais saudade da vida que deixei no Brasil...

E pra você Diaininha, mesmo daqui de longe, sua gravidez, sua história, sua vida, faz e sempre fará parte da minha. Parabéns pelo filhotinho que por hora mora em sua barriga e que já já vai ser o chefe da nossa gang que está por vir. Estou SEMPRE contigo!!!