Sento aqui no Panamá na mesa de um hotel phyno tomando meu último
desayuno antes da volta ao Brasil, meu corpo ainda dolorido das ondas, o
cabelo uma palhoça branca de tanto mar, pele marrom, sorriso para lá de
largo com dente quebrado e peito pulsante. Mudei de corpo, mudei de
cara, mudei de pele. Achei que ia fazer uma viagem de experiências
fotográficas e acabei fotografando pouco e experienciando mais. Vivi
tantas coisas que pensei que não ficaria
pronta para voltar, mas estou. Volto tranquila e curiosa com o que está
por vir. Descobri aqui outros formatos, outras prioridades, outras
vontades e mais do que nunca ficou claro que o meu caminho não é para
ser trilhado em busca de sucesso, status, fama, dinheiro nem conforto,
percebi que a maior riqueza para mim é sair da zona de conforto, viver
histórias, trocar experiências, compartilhar momentos, conhecer pessoas e
lugares, me jogar no mundo. Descobri com o mar que não tenho medo dos
meus medos, eles são nada mais do que sinalizadores dos desafios a
enfrentar, sem inconsequência, equilibrando coragem e cuidado ao mesmo
tempo. Sei mais do que nunca que a minha fortuna são os mundos que
encontro e compartilho e toda liberdade e amor que vivem em meu peito.
Amo trabalhar, mas não quero alimentar angústia, quero viver do que amo mas também entendendo que preciso de tempo e espaço para caminhar, para sentir e mais do que tudo para criar, que não posso me afundar em demandas da carreira e viver só esse lado guerreira sem direito a suavidade e liberdade. Quero leveza, calma, equilíbrio, quero tempo. Preciso encontrar outro jeito de me organizar.
Amo trabalhar, mas não quero alimentar angústia, quero viver do que amo mas também entendendo que preciso de tempo e espaço para caminhar, para sentir e mais do que tudo para criar, que não posso me afundar em demandas da carreira e viver só esse lado guerreira sem direito a suavidade e liberdade. Quero leveza, calma, equilíbrio, quero tempo. Preciso encontrar outro jeito de me organizar.