Foi o
arrepio que tocou a real: o inverno chegou, não tem mais cura. A coberta dava
tchau do armário de cima, mundo fora de alcance mesmo da ponta do pé. Me sobrou
só o desejo para acalentar revestimento, te joguei na medula e esperei fazer
efeito, foi menos de 2 segundos, foi mais é de primeira, mesmo arrepio que
desceu o frio subiu de elevador o calor que só de fechar o olho gritava em eco,
pele a fora, corpo a dentro.
Lá fora a
coruja me olhava, fecha as frestas, não custa nada, elimina barulho e corrente
de vento numa cajadada só, mas não, eu preferia frio como álibi de pensamento
teimoso – dos cúmplices o mais sorrateiro, não carecia de aviso nem batida na
porta, vinha com pressa de embalo, entrava pela janela e saia pela culatra. Armadilha só por ser.