Cheguei na
cidade como se eu nunca tivesse saído, os reencontros foram casuais como uma
ida ao mercado. O caranguejo continua dormindo na mesma quina do banheiro e o
esquilo solitário aqui do bosque deu mais uma clássica mijada direto do alto do
pochote sobre a minha cabeça, com
direito à três arremessos de amêndoa na minha direção, depois me olhou com
descaso - ele já foi mais hospitaleiro. Alimento fruta às iguanas e ração aos
cachorros perdidos que aparecem pela tarde, não rego as plantas porque em algum
momento chove todo dia. No mais, fiz amigos novos já na minha primeira entrada
no mar, meninos locais, pura-vida buena-onda
e agora entro na água em bando com eles. Faço um funcional na praia com uma
pessoal astral bem cedinho, surfo algumas vezes por dia e dou minha corrida quando
a maré permite. Cozinho minha comida ou como casados de pescado por aí nas
minhas idas e vindas na bicicleta vermelha. A casa da praia tem sempre música
tocando, cheiro de café e fumaça branca, no momento falta água, mas isso é
passageiro. Tenho feito tratamentos cosméticos com óleos e frutas e jogado
linhaça e chia em tudo que é comida. Daqui a pouco tô dando nome aos macacos.